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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA ESCOLA E A QUESTÃO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS


1. A questão das representações sociais
Entendo que as representações sociais são modos inconscientes de compreender um
determinado fenômeno ou uma determinada prática existencial, individual ou coletiva, que se
expressam por meio de falas cotidianas, crenças, provérbios, modos de agir, que podem estar
vinculados ao passado, ao presente ou ao futuro. São crenças ou práticas que, por si e
aparentemente, não têm razão de ser, mas que se dão, se realizam e permanecem como um
padrão de conduta dos indivíduos e/ou de coletividades, sem que se tenha de dar justificativas
de por que elas são como são. Em síntese, são crenças inconscientes que se manifestam nas
falas, nos chistes, nos discursos, nas piadas e, especialmente, na ação cotidiana.
No que segue, tendo em vista dar fundamentos à compreensão do conceito de
representações sociais que aqui utilizo, expressa no parágrafo anterior, servir-me-ei
livremente (e, por isso, poderei estar cometendo ´gafes`) de diversos autores, sinalizando
como eles podem nos dar suporte para compreendermos e utilizarmos esse conceito na
abordagem do nosso cotidiano.
Freud estudou esses fenômenos como expressões de conteúdos recalcados no
inconsciente de cada individuo ou como padrões psicoculturais assimilados como corretos e
armazenados numa função da psique humana denominada superego
3
. Tanto os conteúdos do
inconsciente recalcado quanto os do superego atuam automaticamente sobre nossas
expressões cotidianas, seja pela fala, seja pela ação. Por exemplo, nossas piadas sobre as
mulheres, os portugueses, a sexualidade revelam, na quase totalidade das vezes, nossos pré-
conceitos relativos a esses seres humanos, ou a esses fenômenos.  São pré-conceitos cuja
origem sequer conseguimos identificar - rimos das piadas e pronto, não nos damos conta de
sua perversidade. Elas expressam representações sociais inconscientes que temos sobre os
conteúdos de que tratam. No entanto, os conteúdos do superego também produzem
representações sociais, quase sempre com algum caráter moralista, impositivo, tais como:
nosso modo herdado, imposto de fora, de nos relacionarmos com a autoridade, com a religião,
                                             
1
 Eccos Revista Científica, vol. 4, fac. 02, Universidade Nova de Julho, São Paulo, pág. 79 a 88. Eccos revista científica, São
Paulo, v. 4, n. 2, p. 79-88, 2002.
2
 Doutor em Educação e Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação na Faculdade de Educação Universidade
Federal da Bahia.
3
 Ver os estudos de Freud denominados academicamente de Primeira e Segunda Tópica, nos quais aborda, duas

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