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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Temos que fazer algo urgente!

- Vamos à luta pelo fim da precarização na contratação de professores, pelos mesmos direitos!
- Estabilidade de 20h/a para todos os OFA's, com os mesmos direitos dos demais professores,
- Inclusão dos categoria “O” no acesso ao IAMSPE (convênio) e SPPREV (previdência).
- Combinado a isso, que seja aberto concurso classificatório (não eliminatório) para as vagas que surjam.
- Fim das Provas e da política de mérito! Classificação pelo Tempo de Trabalho!

Propomos:
1) Enviar moções de protesto ao gabinete do secretário de educação Hermann Volwald infoeducacao@educacao.sp.gov.br

2) Enviar moções à diretoria estadual da APEOESP cobrando ações de mobilização e jurídicas
presiden@apeoesp.org.br, imprensa@apeoesp.org.br, ednapereira@apeoesp.org.br,
ruchele@apeoesp.org.br, Marlene@apeoesp.org.br, rosana@apeoesp.org.br, ritasidnei@apeoesp.org.br,
3) Pela realização de um Ato Unificado na frente da Secretaria de Educação!
4) Assembléias regionais de professores nas atribuições centralizadas do dia 30 nas DE's!

5) Campanha de denúncia junto aos meios de comunicação e à população em geral, contra a precarização da contratação dos professores e da Educação como um todo

Esse problema diz respeito a todos nós!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Ministra quer tombar o antigo Museu do Índio Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/ministra-quer-tombar-antigo-museu-do-indio-7386424#ixzz2J07MawQc © 1996 - 2013. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

Prédio de 1862 , que pertenceu ao governo federal até dois meses atrás, ainda não é protegido pelo Ipha



RIO — A corrente humana que tenta impedir a demolição do antigo Museu do Índio pelo estado acaba de ganhar mais um elo: a ministra da Cultura, Marta Suplicy. Ela se reuniu com o governador em exercício, Luiz Fernando Pezão, na quarta-feira, para defender a preservação da construção, datada de 1862, assim como a manutenção dos índios que ocupam o prédio. A ministra disse que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) recomendou seu tombamento.
“O Brasil é um país que respeita e valoriza a diversidade. Cada vez mais isto é reconhecido no mundo. Esperamos que prevaleçam o interesse na preservação do patrimônio material e imaterial e a sensibilidade do governo do estado”, afirmou Marta, em nota.
Estado mantém planos
A defesa da ministra, no entanto, não alterou os planos do estado, que lamentou tal posicionamento. O governo negou ainda que tenha recebido recomendação do Iphan para preservar o prédio, que não é tombado pelo instituto, apesar de ter sido propriedade federal até dois meses atrás.
“O objetivo do governo é garantir a urbanização e mobilidade do público em torno do Maracanã. Há uma verdadeira distorção dos fatos históricos e recentes. O governo do Rio tem trabalhado com as aldeias indígenas do estado de forma respeitosa e parceira. Chamar de ‘Aldeia Maracanã’ a invasão, em 2006, de um prédio federal abandonado é na verdade um desrespeito ao conceito de aldeia indígena”, afirma a nota.
A demolição do antigo Museu do Índio faz parte do projeto de urbanização do entorno do Maracanã.
A Procuradoria Geral do Estado já notificou os índios para que desocupem o prédio no prazo de 10 dias contados a partir da última sexta-feira.



quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

USP desenvolve bisturi que rompe tecidos sem cortá-los


 
 
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Como não há cortes, o método é menos invasivo, o que resulta em uma recuperação mais rápida. Foto: Christopher Furlong/Getty Images
Como não há cortes, o método é menos invasivo, o que resulta em uma recuperação mais rápida
Foto: Christopher Furlong/Getty Images

O invento de autoria de pesquisadores da USP promete tornar mais simples a realização de cirurgias. O grupo projetou um bisturi que realiza a abertura de tecidos sem cortá-los. O instrumento ultrassônico está sendo desenvolvido por uma equipe do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (SP), sob orientação do professor Vanderlei Bagnato.

A ausência de cortes torna o método menos invasivo, pois a recuperação é mais rápida, o que resulta em menos cicatrizes. Além disso, é menor a possibilidade de haver complicações pós-operatórias, como hemorragias e infecções. De acordo com o pesquisador, esse modelo de bisturi é tão preciso quanto os tradicionais e é mais indicado para cirurgias que exigem pequenas incisões, como laparoscopias, procedimentos de introdução de um mecanismo de fibra óptica em regiões como o abdômen.

Enquanto os bisturis tradicionais fazem cortes nos tecidos, o invento da USP rompe temporariamente as ligações celulares. Para realizar a abertura da superfície, a parte inferior do instrumento vibra em frequência ultrassônica, um procedimento invisível ao olho nu. Feita de titânio, a ponta se movimenta constantemente, gerando calor e resultando no rompimento das ligações das proteínas que compõem os tecidos.

Para que atinja uma frequência ultrassônica, o bisturi é composto por transdutores que convertem energia elétrica em mecânica. Feita de um material cristalino denominado piezoelétrico, a tecnologia se deforma e produz som ao receber um impulso elétrico. Ao passar por um conversor, essa potência acústica é amplificada e gera uma vibração longitudinal na haste do bisturi.

Empresas têm interesse em fabricar o bisturi
Atualmente, esses tipos de instrumentos não são produzidos comercialmente no Brasil. Segundo Bagnato, a utilização ainda fica restrita devido ao preço elevado dos produtos importados, que custam cerca de US$ 20 mil. No entanto, para ele, o início da fabricação nacional pode reduzir esse valor em até 30%.

Financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o projeto iniciou no primeiro semestre de 2012 e tem ainda mais três anos de desenvolvimento. De acordo com o professor, a fabricante de produtos hospitalares WEM, que colabora com a pesquisa, já confirmou que pretende comercializar o instrumento. No entanto, ainda não há previsão de um lançamento, pois o modelo construído é apenas um protótipo. Há ainda outras empresas interessadas.

Segundo o pesquisador, a partir desse modelo é possível desenvolver bisturis com outras características. Uma das possibilidades que mais interessa ao grupo é a criação de um instrumento para o manuseio odontológico

TIRE SUAS DÚVIDAS

PROFESSOR CATEGORIA “F” E CATEGORIA “O”
1) O professor categoria “F” e o categoria “O” (candidato à contratação) participam da denominada “Provinha”?
Resposta: Sim. Ocorre que, para o professor categoria “F”, a prova é denominada “processo de avaliação anual” e, para o candidato à contratação (categoria “O”), é de processo seletivo simplificado.
2) De acordo com a legislação, o professor categoria “F” precisa fazer a prova?
Resposta: A prova (processo de avaliação anual) para o categoria “F” é necessária para que ele possa participar da atribuição de classes e aulas. Caso não faça a inscrição para a prova ou não participe da prova imotivadamente, ele será dispensado, conforme artigo 4º das disposições transitórias da LC nº 1093/09.
3) A nota da prova será utilizada para a classificação do professor de todas as categorias?
Resposta: De acordo com a Resolução SE nº 89/11, a nota da prova será utilizada para fins de classificação para todas as categorias de docentes não efetivos.
4) O professor categoria “O” precisa fazer a prova?
Resposta: Ele precisa fazer a prova e ser aprovado para ser contratado.
5) A prova tem natureza eliminatória ou classificatória?
Resposta: Para o professor categoria “F” tem natureza classificatória, pois não será dispensado caso não seja aprovado. No entanto, para o docente categoria “O”, a prova tem natureza eliminatória e, dessa forma, na hipótese de o docente não obter o índice mínimo estabelecido pela SE, não será contratado.
6) Como fica a situação do docente categoria “F” que não obtenha na prova o índice mínimo (40 pontos) estabelecido pela SE?
Resposta: O docente categoria “F”, que não atingir o índice mínimo estabelecido pela SE (40 pontos), podendo ser computado o tempo de serviço para tal fim, não participará da atribuição de aulas do processo inicial e deverá cumprir as horas de permanência relativas à jornada reduzida. Deverá, ainda, participar obrigatoriamente do processo de avaliação anual subsequente, conforme dispõe o artigo 1º, inciso V, das disposições transitórias da LC nº 1093/09.
7) O professor categoria “F” que obtiver o índice igual ou superior ao fixado pela SE na avaliação anual (prova), será obrigado a participar das avaliações subsequentes?
Resposta: Não. Ele ficará dispensado das avaliações anuais subsequentes, carregando a mesma nota obtida para a classificação dos anos subsequentes, podendo, no entanto, participar de nova avaliação para melhorar a nota e, caso não tenha êxito, será classificado com a nota anterior (LC 1093/09, Disposições Transitórias, artigo 1º, II e § único).
8) Como fica a situação do professor categoria “O” que não obtiver a nota mínima fixada pela SE?
Resposta: Para o servidor candidato à contratação, a prova tem natureza eliminatória. Portanto, se não se obtiver a nota mínima, não será contratado.
9) O professor categoria “F” readaptado e o afastado a qualquer título necessita fazer a prova?
Resposta: Sim, pois, no caso de cessação do afastamento, ele não terá aulas atribuídas e poderá ser dispensado na hipótese de não ter participado da prova sem motivo justo.
10) Como fica a situação do professor readaptado que não obtiver a nota mínima na prova? Terá cessada sua readaptação? Terá alguma alteração em sua carga horária?
Resposta: Enquanto permanecer na condição de readaptado, não terá aulas atribuídas e não sofrerá qualquer alteração na sua situação funcional (local de exercício, carga horária e atribuições).
Quando cessar sua readaptação, será inscrito e classificado para o processo de atribuição de aulas e participará da atribuição durante o ano letivo, entre os docentes não aprovados. Dessa forma, não obtendo a nota mínima, ficará impedido de ter aulas atribuídas no processo inicial, porém cumprirá as horas de permanência e receberá pelas 12 horas semanais (60 mensais).
11) Quais são as regras para a contratação do professor categoria “O”?
Resposta: Primeiro, ele somente poderá ser contratado se participar do processo seletivo simplificado e obter o índice mínimo para ser aprovado. O contrato será por tempo determinado (12 meses) e, para o docente, poderá se estender até o término do ano letivo. Durante a vigência do contrato poderá ter aulas atribuídas e quando zerar a carga horária o contrato ficará suspenso.
Ao término da vigência do contrato, o mesmo será extinto e este servidor somente poderá ser contratado novamente quando cumprir a quarentena (40 dias).
12) O professor categoria “O” tem direito ao 13º salário?
Resposta: Sim, porém proporcional aos meses trabalhados, na proporção de 1/12 por mês trabalhado ou fração superior a 15 dias.
13) Quais os tipos de faltas que não são causas de extinção do contrato para o professor categoria “O”?
Resposta:
- Duas faltas abonadas durante o prazo de vigência do contrato, não excedendo a uma por mês;
- Três faltas justificadas durante o prazo de vigência do contrato, não excedendo a uma por mês;
- as faltas que excederem os limites acima serão consideradas injustificadas, cujo limite é de uma durante o período de vigência do contrato;
- falta médica nos termos da LC 1041/08;
- até dois dias por ano em questão, por motivos referentes à gala (casamento);
- até dois dias consecutivos referentes ao nojo (falecimento de pais, irmãos, cônjuges e filhos);
- serviços obrigatórios por Lei;
- licença para tratamento de saúde, até o limite de 15 dias, pago pelo Estado, mediante apresentação de atestado médico, e superior ao limite, deverá agendar perícia no INSS para fins de concessão de auxílio-doença.
14) Qual o prazo para requerer as faltas citadas acima?
Resposta: Qualquer falta deverá ser requerida, por escrito, no primeiro dia útil subsequente ao da ausência que comparecer à Unidade Escolar.
15) O professor categoria “F”, com horas de permanência, deverá ministrar aulas em caráter eventual na falta do professor da classe?
Resposta: Sim. O docente deverá substituir o docente que faltou em qualquer disciplina em que é habilitado.
16) O professor habilitado em mais de uma disciplina da mesma área, que poderá fazer a prova em apenas uma disciplina, como ficará sua classificação nas demais disciplinas para as quais é habilitado?
Resposta: A prova será feita somente em uma única disciplina da mesma área, porém a nota obtida será utilizada para a classificação nas demais disciplinas para as quais é habilitado dentro da mesma área.
17) O professor categoria “O”, cujo contrato está vigente, é obrigado a prestar novamente a prova e ser aprovado para ter aulas atribuídas no processo de atribuição de classes e aulas do ano letivo de 2013?
Resposta: A aprovação no processo seletivo simplificado é requisito para fins de contratação. O professorcujo contrato está vigente não tem necessidade de prestar a prova e ser aprovado para fins de atribuição de classes e aulas no ano letivo de 2013.

Estudantes do Ensino Médio da rede pública poderão ter livro digital a partir de 2015


O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) abre nesta segunda-feira o período para inscrições de obras destinadas a alunos e professores do Ensino Médio da rede pública para o ano letivo de 2015. A partir de agora, as editoras também poderão inscrever livros digitais — cujo acesso pode ser feito por computadores ou tablets.
A versão digital deve vir acompanhada do livro impresso, ter o mesmo conteúdo e incluir conteúdos educacionais digitais como vídeos, animações, simuladores, imagens e jogos para auxiliar na aprendizagem. Continua permitida a apresentação de obras somente na versão impressa para viabilizar a participação das editoras que ainda não dominam as novas tecnologias.
Outra novidade é a aquisição de livros de arte para os alunos do Ensino Médio da rede pública. As demais obras a serem compradas pelo governo são as de português, matemática, geografia, história, física, química, biologia, inglês, espanhol, filosofia e sociologia.

Dilma confirma redução na conta de luz e critica 'pessimistas'


A presidente Dilma Rousseff confirmou nesta quarta (23), em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, a redução na tarifa de energia elétrica divulgada mais cedo pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e disse que "fracassaram" as previsões daqueles que "são do contra" e, segundo ela, afirmaram que o governo não conseguiria baixar o custo da conta de luz.
Segundo a presidente, o corte na tarifa de energia para residências será de 18% e para indústria, de até 32%, mesmos percentuais informados pela Aneel no início da tarde. Os cortes são ainda maiores que os anunciados pela própria presidente em setembro, quando ela afirmou que a redução média seria de 16% para residências e de até 28% para a indústria.
A nova tarifa entrará em vigor nesta quinta-feira (24), segundo anunciou a presidente, e será formalizada por meio de um decreto e de uma medida provisória.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Avaliação Mediadora: uma relação dialógica na construção do conhecimento

Avaliação Mediadora: uma relação dialógica na construção do conhecimento A essência do trabalho do professor é a epistemologia , em sala de aula tem-se três elementos o aluno, o professor e o conhecimento, estes três elementos se interrelacionam. Quando o professor de posse de seu conhecimento específico coloca seus alunos a par dos mesmos, ele com certeza não sabe de tudo sobre o assunto, assim por ser apresentado em sala de aula aos alunos determinado assunto não quer dizer que os mesmos não tenham nenhum conhecimento a respeito. Desta forma quando aluno e professor interagem e se comunicam o conhecimento atualiza-se, epistemologia seria então o estudo critico dos conhecimentos acumulados pela ciência. Professor e aluno em sala de aula tem papeis diferentes, o professor como um parceiro mais experiente tem como tarefa proporcionar ao aluno o acesso ao conhecimento. Segundo a autora, da mesma forma que o professor media a questão do conhecimento com o aluno a avaliação deveria mediar este processo, para desta forma tornar possível a identificação de problemas na aprendizagem do aluno, bem como no método que o professor emprega para realizar este processo.

Fonte: http://pt.shvoong.com/social-sciences/education/1641975-avalia%C3%A7%C3%A3o-mediadora-uma-rela%C3%A7%C3%A3o-dial%C3%B3gica/#ixzz2IeOsw0hz

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013


EDUCAÇÃO E AFETIVIDADE EM PAULO FREIRE: PEDAGOGIA DA AUTONOMIA
Prof. Dr. Agostinho Mario Dalla Vecchia

RESUMO:
Este trabalho tem como tarefa analisar e destacar o papel da afetividade no processo educativo e na construção do conhecimento, na obra Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire. É uma tarefa de valorização da perspectiva biocêntrica na educação freireana, particularmente do papel de destaque que ocupa a afetividade no processo vivo de construção de uma educação engajada, politizada, ética e, portanto, critica. Acompanhamos cada passo desse livro de sabedoria para perceber e explicitar a realidade afetiva que permeia todo o trabalho de Paulo Freire nesta abordagem. Na próxima edição publicaremos a segunda parte deste trabalho.

PALAVRAS-CHAVE: Afetividade, Educação, Autonomia.
INTRODUÇÃO

Este ensaio é um caminhar lado a lado da reflexão de Freire identificando, em nossa ótica, a configuração do seu movimento afetivo na obra Pedagogia da Autonomia.

Ao ler esta obra chama-nos atenção o fato de ela estar permeada pela afetividade nas suas dimensões de cuidado, qualificação, interesse, empatia, amorosidade, amizade, amor indiferenciado, amor diferenciado, promoção, nutrição, proteção, vínculo e todo o desdobramento ético e estético decorrente da experiência cara-a-cara com o educando, no processo educativo, na promoção do potencial humano, do potencial crítico, político e criativo existencial do educando.

A nossa abordagem vai traçando um caminho orientado pelo movimento afetivo que atravessa a teoria e prática pedagógica de Paulo Freire na construção da Pedagogia da Autonomia. A ética e a estética é a vivência mesma dessa afetividade nos caminhos da ação pedagógica.

No prefácio de Pedagogia da Autonomia, Édina Castro de Oliveira, afirma que a obra trata de uma pedagogia fundada na ética, no respeito à dignidade e à própria autonomia do educando.
E um saber, como os demais, que demanda exercício permanente do educador. “É a convivência amorosa com seus alunos e na postura curiosa e aberta que assume e, ao mesmo tempo, provoca-os a se assumirem enquanto sujeitos sócio-histórico-culturais do ato de conhecer, é que ele pode falar do respeito à dignidade e autonomia do educando. [...] A competência técnica científica e o rigor de que o professor não deve abrir mão no desenvolvimento do seu trabalho, não são incompatíveis com a amorosidade necessária às relações educativas. Essa postura ajuda a construir o ambiente favorável à construção do conhecimento onde o medo do professor e o mito que se cria em torno de sua pessoa vão sendo desvelados” (OLIVEIRA, Pedagogia da Autonomia, pág 11).

O ideário neoliberal incorporou a categoria da autono-mia. Esta ideologia, na prática pedagógica do sistema, incentiva o individualismo e a competição. Paulo Freire anuncia a solidarie-dade como forma de luta capaz de promover e instaurar a “ética universal do ser humano”, o que vai permear também o processo educativo.

Nas “primeiras palavras” após anunciar a temática central do livro: a formação docente e a reflexão da prática educa-tivo-progressiva em favor da autonomia dos educandos, Paulo Freire ressalta que formar é muito mais que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas. Seu ponto de vista é o dos condenados da terra, o dos excluídos.

Falando da ética universal do ser humano, Freire é firme em colocar a exigência ética do trabalho docente, da qual não podemos escapar. Não se trata da ética do mercado, e sim da ética que condena o cinismo, a exploração, a perversão hipócrita da pureza em puritanismo, a discriminação da raça, do gênero, da classe, na atividade pedagógica e social. O melhor para lutar por ela é vivê-la. Em nossa prática, testemunhá-la (FREIRE, 1999:12). Como vemos a colocação originária é, em Paulo Freire, a dimensão vivencial da prática pedagógica como testemunho de uma ética universal e comprometida com a formação humana dos excluídos. Afirma o dever do preparo científico situado criticamente também nessa dimensão ética e sem dissociação de uma coisa com a outra.

A pratica educativa enquanto prática humana é absolutamente ética. A razão afetiva e fundamental de tais atitudes se enraíza na dimensão metafísica do ser humano. Segundo Freire trata-se da vocação ontológica para o “ser mais” e da sua natureza constituindo-se social e historicamente, como presença no mundo como algo original e singular, uma Presença no mundo, com o mundo e com os outros. Este ser que Freire configura amorosa-mente traz as seguintes exigências para o educador:
É no domínio da decisão, da avaliação, da liberdade, da ruptura, da opção, que se instaura a necessidade da ética e se impõe a responsabilidade. A ética se torna inevitável e sua transgressão possível, é um desvalor, jamais uma virtude (FREIRE, 1996:20).
Como presença consciente no mundo não podemos escapar à responsabilidade ética no nosso mover-se no mundo. Somos seres condicionados por fatores genéticos e sociais, mas não determinados. A ideologia neoliberal tem uma finalidade imobili-zadora do ser humano, neutralizadora de seu potencial político.


NÃO HÁ DOCÊNCIA SEM DISCÊNCIA.


A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática, porque Ensinar é criar a possibilidade da produção do conhecimento ou da sua construção. “Quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”. Não há docência sem discência. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.

Ao desenvolver inicialmente esta idéia Paulo Freire permite compreender que o processo de conhecer como ato de aprender e de criar, se fundamenta na metafísica do inacabamento humano, mas que se realiza, integradamente e com um comprometimento ético, estético, afetivo, científico iterativo edcuador-educando.

Do ponto de vista metafísico a compreensão do homem e da mulher é de seres históricos e inacabados e sobre o qual se funda a compreensão do processo de conhecer. Quando nossa prática é ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, e ética em que a estética deve achar-se de mãos dadas com a decência e com a seriedade. Quanto mais criticamente se exerça a capacidade de aprender tanto mais se constrói e desenvolve a “curiosidade epistemológica” pela qual alcançamos o conhecimento cabal do objeto (FREIRE, 1999:25-28).

Se ensinar exige rigorosidade metódica a exigência ética permeia toda a atividade educativa, por conseqüência a afetividade, ensinar dessa forma corresponde ao compromisso ético e afetivo com o educando como ser histórico que engendra um conhecimento.

1.2. Ensinar exige pesquisa e isso fala da concretude do gesto afetivo vivido como prática pedagógica. Não há ensino sem pesquisa e nem pesquisa sem ensino. Um está no corpo do outro. Freire nos coloca que pesquisamos para constatar, constatando, interviemos, intervindo educamos e nos educamos. Então, a ultrapassagem do senso comum exige uma atitude afetiva de respeito e qualificação da experiência do educando e o cuidado e desafio à sua capacidade criadora através da consciência crítica: “Pensar certo implica o respeito ao senso comum no processo de sua necessária superação. Implica o compromisso do educador com a consciência crítica do educando, cuja “promoção” da ingenuidade não se faz automaticamente” (FREIRE, 1999:32-33).

1.3. Educar exige respeito aos saberes dos educandos. Respeito é uma dimensão do afeto. Em palavras mais simplificadas pensar certo exige respeito aos saberes com os quais os educandos chegam na escola e também discutir com eles a razão desses saberes em relação com o ensino de conteúdos. É valorizar e qualificar a experiência dos educandos e aproveitar para discutir os problemas sociais e ecológicos, a realidade concreta a que se deva associar a disciplina, estudar as implicações sociais nefastas do descaso dos mandantes, a ética de classe embutida nesse descaso (FREIRE, 1999:33-34).

1.4 Quando Ensinar exige criticidade o ingrediente que possibilita a passagem da ingenuidade para a criticidade e, portanto da conquista progressiva da humanização é a afetividade, a amorosidade pela qual o educador realiza este processo de estímulo e promoção da superação do educando através de suas próprias capacidades criativas. A criticidade, na visão biocêntrica ela existe à medida que entro em contato originário e profundo com a situação do outro. Em outras palavras a criticidade brota também do amor profundo que me mobiliza pelo outro e pela vida.

Para Freire entre a ingenuidade e a criticidade existe uma ruptura, uma superação. Quando nos aproximamos cada vez mais de forma rigorosa do objeto cognoscível, se torna curiosidade epistemológica. A curiosidade dos camponeses é a mesma curiosidade com a qual cientistas e filósofos admiram o mundo.
Cientistas e filósofos superam porem a ingenuidade do camponês tornando-se sistematicamente curiosos. Não haveria criticidade sem a curiosidade, historicamente construída e reconstruída. A prática educativo-progressista promove a passagem da ingenuidade para a criticidade, sem divinizar ou diabolizar a ciência (FREIRE, 1999:34-35).

15. Ensinar exige estética e ética.Estética e Ética emergem da mais profunda experiência afetiva com o outro. Sendo assim, a vivência afetiva, a raiz da ética e da estética é também a base estrutural do pensar certo, é a fonte nutridora da inteligência afetiva, como diz Rolando Toro. O conhecimento racional é diretamente ligado ao nosso instinto afetivo, às emoções e aos sentimentos de atração, empatia, etc. “Mas não há pensar certo à margem de princípios éticos” (FREIRE, 1999: 36).

O pensar certo implica compromisso com mudança da ingenuidade à criticidade. Comprometer-se é uma atitude afetiva que envolve o outro no processo de conscientização e de politização. Compromisso é coisa assumida com liberdade e não como obrigação. O que apela e se expressa em nós como uma exigência profunda é a mobilização irresistível pelo cuidado com o outro, com a vida do outro que desabrocha para o reconhecimento real do mundo. Trata-se do momento originário da ética, momento do face-a-face diante do oprimido, do alienado pela ideologia dominante, do dominado politicamente, do explorado economicamente.
16. Ensinar exige a corporificação das palavras pelo exemplo. “Pensar certo é fazer certo” (FREIRE, 1999: 38). Uma expressão popularizada diz que “as palavras comovem, mas o exemplo arrasta”. Paulo Freire sabe muito bem que as palavras que não ganham corpo são vazias, quase nada valem. A experiência, por outro lado, mostra muito bem que a mesma atitude em nível político se revela ineficaz. Quantos militantes políticos propalaram um discurso contundente e até agressivo contra tudo que significasse o fazer político das classes dominantes, porém, faltando engajamento no processo de mudança, ações de cuidado real com as necessidades fundamentais da população marginalizada, fica um rastro de desilusão por uma palavra encantadora, mas estéril por não estar acompanhada de um efetivo engajamento ético, pela mobilização afetiva profunda pela promoção e defesa dos direitos fundamentais da população. A formação do pensamento crítico, conscientizador e libertador não se realizam porque “não há pensar certo fora de uma prática testemunhal que o rediz em lugar de desdizê-lo. Não é possível ao professor pensar que pensa certo, mas ao mesmo tempo perguntar ao aluno se ”sabe com quem está falando” (FREIRE, 1999: 38).

O discurso dissociado do professor, o discurso não engajado do militante é como um terreno que não tem nutrientes para germinar e crescer a vida, a mudança. E Paulo se refere diretamente à imersão do pensar certo no universo da afetividade como generosidade: “Faz parte do pensar certo o gozo da generosidade que, não negando a quem tem direito à raiva, a distingue da raivosidade irrefreada” (FREIRE, 1999: 38). Ressalve-se que raiva tem aqui um sentido afetivo de indignação e raivosidade desenfreada seria uma dimensão patológica do afeto, a destrutividade (TORO:2002).

17. Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação. Essa abordagem está recheada das dimensões afetivas do comprometimento ético do professor com seus alunos. O pensar certo tem como próprio a disponibilidade ao risco. Assim como o útero fecundo, a dimensão dialogal de aceitação do novo é uma atitude nutritiva e afetiva, mais profundamente ativa que o falar. Sem esquecer que o velho que preserva sua validade, que encarna uma tradição ou marca presença no tempo, continua novo.
“A rejeição decidida a qualquer forma de discriminação” é outra explicitação da ética e do amor em Paulo Freire. A pessoa que tem uma mentalidade fatalista em relação aos acontecimentos devastadores, que a globalização está provocando, está numa atitude de impotência, falta-lhe a esperança que nasce da crença profunda na mudança possível nos pequenos gestos engajados, crença na capacidade política de pessoas conscientes participarem da descoberta de caminhos transformadores. A neutralização das pessoas interessa sobremaneira aos interesses neoliberais, ideologicamente articulados pela mídia e pelo mercado globalizado. Não há pensar certo sem entendimento, diz Paulo Freire, e não há entendimento sem ser uma construção co-participada. Aqui, novamente, entra o processo afetivo de qualificação do aluno pela valorização da sua experiência, dos seus conhecimentos. Na relação dialogal, também possível somente em nível afetivo, o conhecimento não deve ser pré-transmitido, mas construído conjuntamente (FREIRE, 1999: 38-9).

A valorização da Identidade de cada um, gesto nutritivo da expressão e desenvolvimento do aluno, passa pela negação da prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero as quais ofendem a substancialidade do ser humano e negam radicalmente a democracia. Nesta colocação, a explicitação da democracia passa justamente pela negação das patologias do afeto, pela qualificação incondicional do outro, e indica que a democracia consiste na valorização da Identidade, da diversidade, da alteridade de cada um.
Outra dimensão da afetividade é expressa ao defender que pensar e fazer certo tem a ver com a humildade. O afeto não é arrogante. Conhecimento científico acompanhado de arrogância não tem espaço para a humildade e comumente o outro é desvalorizado. Segundo Freire, o pensar certo e o fazer certo são integrados e ocorrendo ao mesmo tempo, sem dissociações. É um ato concomitante. Não há pensar sem entendimento e o entendimento é co-participado. Todo entendimento implica comunicabilidade, a não ser que esteja articulado ideologicamente. A tarefa coerente do pensador que pensa certo é desafiar o educando com quem se comunica para que produza sua compreensão do que vem sendo comunicado. Não há inteligibilidade que não seja comunicação e intercomunicação, que não se funde na dialogicidade. O pensar certo é dialógico e não polêmico (FREIRE, 1999: 41-42). Reiteramos aqui que o diálogo é uma das dimensões mais fundamentais do processo educativo biocêntrico, centrado sobre a afetividade.

18. Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática. Quero dize aqui da importância de destacar que o fundamento da crítica também é a afetividade, uma vez que o pensamento crítico é o pensamento que nasce do contato profundo e vivencial com a realidade, especialmente do outro como outro. Pensar crítico tem uma exigência ética de pensar com coerência e de forma dialógica fundamentada.
A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. [...] É fundamental que na prática da formação docente, o aprendiz de educador assuma que o indispensável pensar certo não é presente dos deuses nem se acha nos guias de professores que iluminados intelectuais escrevem desde o centro de poder, mas pelo contrário, o pensar certo, que supera o ingênuo, tem que ser pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador. [...] Por isso o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática.(FREIRE, 1999: 43).
Quanto mais assumo como estou sendo mais me torno capaz de mudar, de promover-me do estado de curiosidade ingênua para o de curiosidade epistemológica, diz Freire. A curiosidade fundamenta ambos os pensamentos. A condição para a mudança é a abordagem crítica do pensamento ingênuo. Isso implica no engajamento generoso do professor que facilita o processo do aluno. E o autor não esquece que um elemento essencial na assunção do aluno para o pensamento crítico é o emocional.
Esta errada a educação que não reconhece na justa raiva, na raiva que protesta contra as injustiças, contra a deslealdade, contra o desamor, contra a exploração e a violência, um papel altamente formador (FREIRE, 1999:45).
Esta raiva se caracteriza afetivamente como indignação, como aquela do Cristo expulsando os vendilhões do templo. Como falamos acima esta raiva é uma dimensão afetiva saudável, necessária na mobilização política da pessoa. Neste momento fica explícita a larga referência que Freire faz às dimensões afetivas do processo educativo e politizador.

1.9. Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural. Reconhecer a qualidade do outro é um ato afetivo de qualificação e de promoção. Facilitar o crescimento, da mesma forma é um serviço de amor e de dedicação. Para permitir e facilitar um processo de formação do educando é necessário esta mobilização afetiva sem a qual este processo não acontece. A capacidade de amar é o fundamento do processo de assumir e de assumir-se:
Um dos papéis mais importantes da prática educativo-crítica é propiciar as condições em que os educandos em suas relações uns com os outros e de todos com o professor ou a professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar (FREIRE, 199:46)
Assumir é cuidar, cuidar é amar. Assumir é responsabilidade e respeito e não obrigação. “A assunção de nós mesmos não significa a exclusão do outro. A questão da identidade cultural, de que fazem parte a dimensão individual e de classe dos educandos cujo respeito é absolutamente fundamental na perspectiva educativa progressista, é problema que não pode ser desprezado. Tem a ver diretamente com a assunção de nós por nós mesmos” (FREIRE, 199:47). O respeito é um gesto afetivo que corresponde ao cuidado, ao permitir, ao reconhecer. O processo de assunção experimenta o conflito de forças na experiência histórica, política, cultural e social dos homens e mulheres que pretendem detê-la.

Reafirmando a dimensão afetiva Freire nos coloca:
A solidariedade social e política de que precisamos para construir a sociedade menos feia e menos arestosa, em que podemos ser mais nós mesmos, tem na formação democrática uma prática de real importância. A aprendizagem da assunção do sujeito é incompatível com o treinamento pragmático ou com o elitismo autoritário dos que se pensam donos da verdade e do saber articulado.
Às vezes mal se imagina o que pode passar a representar um simples gesto de um professor. O que pode um gesto aparentemente insignificante valer como força formadora ou como contribuição à do educando por si mesmo (FREIRE, 199:47)
Para Freire pode tratar-se daqueles pequenos gestos, palavras e olhares de respeito e de qualificação do professor com seu aluno adolescente. “Este saber, o da importância desses gestos que se multiplicam diariamente nas tramas do espaço escolar, é algo sobre o que teríamos que refletir seriamente” (FREIRE, 1999: 48). Fala-se quase exclusivamente do ensino de conteúdos como transferência de saber. Isso vem de uma compreensão estreita do que é educação e do que é aprender. Foi socialmente aprendendo que homens e mulheres descobriram que é possível ensinar. Isso atribui a importância às experiências informais da rua, do recreio, em que variados gestos se cruzam cheios de significação. Há uma natureza testemunhal nos espaços. Imagine-se a significação do “discurso” formador que faz uma escola respeitada em seu espaço. Há uma pedagogicidade indiscutível na materialidade do espaço (FREIRE, 1999:49).

É de grande importância, ao buscarmos uma fundamentação acadêmica e científica da afetividade, no processo educativo, encontrar em um educador como Paulo Freire a identificação do pensamento pedagógico biocêntrico, expresso nas suas palavras abaixo:
O que importa na formação docente é a compreensão do valor dos sentimentos, das emoções, do desejo, da insegurança a ser superada pela segurança, do medo que, ao ser “educado”, vai gerando a coragem (FREIRE, 1999:50).
Além do exercício do potencial humano da criatividade, da promoção da curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica é fundamental “o reconhecimento do valor das emoções, da sensibilidade, da afetividade, da intuição ou da adivinhação” (FREIRE, 199:51). No desenvolvimento do pensamento sobre a afetividade como base do conhecimento a Educação Biocêntrica trabalha com o mesmo pressuposto, engendrando também a categoria da Inteligência Afetiva.
QUANDO FREIRE FALA QUE ENSINAR NÃO É TRANSMITIR CONHECIMENTO.
A obra de Teoria Biocêntrica da Educação de Dorli Signor “O Concebido”, lembra insistentemente que ensinar não é transmitir conhecimento, da mesma e reiterada forma que o faz Paulo Freire em Pedagogia da Autonomia. Ensinar como transmissão de conhecimento significa que há um conhecimento pronto, acabado e que a tarefa do educando é simplesmente absorver e memorizar.
Contudo Freire e Dorli colocam, em primeiro lugar, a consciência do inacabamento do conhecimento porque ele corresponde a um processo dialético, analético e vivo da vida em permanente movimento e transformação criativa. Por outro lado, ensinar exige o reconhecimento do ser condicionado historicamente e também por potenciais genéticos inseridos em nosso corpo. Mais radicalmente, ensinar exige respeito à autonomia do educando no seu processo de construção do conhecimento e na construção de sua vida. Por isso o bom senso deve estar sempre desperto e permitindo o movimento de fluidez, de percepção às armadilhas ideológicas das falas e das atitudes incoerentes. Em respeito à autonomia e ao processo do educando, o professor não precisa da arrogância por saber e sim de humildade de ser inconcluso e que a verdade se desvela no seu processo. Essa atitude de humildade significa a espera tolerante do movimento do educando. O professor situado num campo de participação ativa deve ser o exemplo primeiro da luta em defesa dos seus direitos, sendo este testemunho a fonte de mobilização educativa dos seus alunos. Para ensinar é preciso apreender a realidade e incrementar o processo educativo de alegria e de esperança, convicto de que a mudança é possível e realizada em cada ato seu, despertando cada vez mais a curiosidade do educando de um nível de ingenuidade para um nível crítico epistemológico.

De que forma a afetividade perpassa esse processo vivo e engajado de construção do conhecimento?

2.1. Ensinar exige consciência de incabamento. O pressuposto aqui é o inacabamento do ser humano. O inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da experiência vital. A frase lapidar é que “onde existe vida, há incabamento”. Na visão biocêntrica se compreende que a vida é um permanente movimento criativo e transformador, evolutivo. Por conseqüência a verdade é um permanente revelar-se. Nunca o conhecimento está acabado. Assim como nós podemos evoluir ao infinito no desenvolvimento dos nossos potenciais (toro), da mesma forma, o acesso à verdade será sempre um processo vivo, inacabado, em um caminhar peregrino ao encontro da verdade, do saber.

Paulo Freire destaca que o inacabamento se tornou consciente nos homens e nas mulheres, por isso a experiência muda de qualidade em relação à dos animais. Quanto mais se vinculou a relação entre mente e mãos o suporte (ambiente) foi se tornando mundo e a vida se tornando existência. Isso na proporção que o corpo humano se torna corpo consciente, captador, apreendedor, transformador, criador de beleza e não “espaço” vazio a ser cheio de conteúdos (FREIRE, 1999:56).

A invenção da existência envolve a linguagem, a cultura, a comunicação a níveis mais profundos e complexos, a “espiritualização” do mundo, a possibilidade de embelezar ou de enfear o mundo, tudo isso inscreveria mulheres e homens como seres éticos.
capazes de intervir no mundo, de comparar, de ajuizar, de decidir, de romper, de escolher, capazes de grandes ações, de dignificantes testemunhos, mas capazes também de impensáveis exemplos de baixeza e de indignidade. Só os seres que se tornaram éticos são capazes de romperem com a ética (FREIRE, 1999:57).
Quando os homens passaram a dar nomes às coisas que faziam, já não foi mais possível existir sem assumir o direito e o dever de optar, decidir, de lutar, de fazer política. Isso traz a imperiosidade da prática formadora, de natureza eminentemente ética. E isso tudo traz de novo a radicalidade da esperança. E então Freire afirma o seu gosto de ser homem, de ser gente, porque sabe que sua passagem pelo mundo não é predertiminada, preestabelecida. Que seu destino é um alvo que precisa ser feito e de cuja responsabilidade não pode fugir. Por isso insiste na problematização do futuro e recusa sua inexorabilidade.
Entendemos que assim se reafirma o compromisso ético, por isso afetivo de engajamento no mundo por ser ele inacabado e em permanente processo.
2.2. Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado diz Freire, afirmando que consciente do seu inacabamento o homem sabe que pode ir para além dele. É uma diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado. “Gosto de ser gente porque percebo afinal que a construção de minha presença no mundo, que não se faz no isolamento, isenta da influência das forças sociais”. A consciência disso implica na impossibilidade de minha ausência na construção da própria presença. Na ausência renuncio à minha responsabilidade ética, histórica, política, social; renuncio a cumprir minha missão ontológica de intervir no mundo (FREIRE, 1999:59-60).

Sabendo-se presença engajada no mundo, como lutador e sujeito da história Freire afirma:
Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo que as condições materiais, econômicas, sociais, políticas, culturais e ideológicas em que nos achamos geram quase sempre barreiras de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei também que os obstáculos não se eternizam (FREIRE, 1999:60).
Comentando o seu apelo para a conscientização que assumira na década de 60, Freire reafirma que a conscientização é exigência humana, caminho para por em prática a curiosidade epistemológica. A conscientização é natural ao ser que inacabado se sabe inacabado. “A inconclusão, repito, faz parte da natureza do fenômeno vital” (FREIRE, 1999:61). A inconclusão implica necessariamente a inserção no permanente processo social. E aí a curiosidade se torna fundante da produção do conhecimento. É também conhecimento e não só expressão dele.
O inacabamento nos faz responsáveis, daí a eticidade de nossa presença no mundo. Eticidade, que não há dúvida, podemos trair. A capacitação de homens e mulheres em torno de saberes instrumentais jamais pode prescindir de sua formação ética. “A radicalidade desta exigência é tal que não deveríamos necessitar sequer de insistir na formação ética do ser ao falar de sua preparação técnica e científica” (FREIRE, 1999:62). O educador que ensinando castra a curiosidade tolhe a liberdade do educando, a sua capacidade de aventurar-se. Não forma, domestica. Então, a partir do fundamento de que somos inacabados surge a exigência da educação como um processo de desenvolvimento do educando, motivado pela curiosidade e a necessidade de conhecer. Sem esse conhecimento, base de sua conscientização não há liberdade. Assim percebemos novamente, inserida no processo educativo a necessidade do cuidado amoroso, afetivo e solidário do educando.

Então para Freire estar no mundo, para homens e mulheres é estar com o mundo e com os outros. É na inconclusão do ser, que se sabe como tal, que se funda a educação como processo permanente. Homens e mulheres se tornaram educáveis na medida em que se reconheceram inacabados. A consciência de sua inconclusão os tornou educáveis. É na inconclusão, que nos inserta no movimento permanente de procura, que alicerça a esperança. “Sou esperançoso por exigência ontológica” (FREIRE, 1999:64). “O ideal é que na nossa experiência educativa, educandos, educadores e educadoras, juntos “convivam” de tal maneira com este, como com outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria” (FREIRE, 1999:65).

2.3. Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando.Outro saber necessário à prática educativa, e que se funda no inacabamento, é o que fala do respeito devido à autonomia do ser do educando: jovem, criança, adulto. O inacabamento de que nos tornamos conscientes nos fez éticos, diz Freire. A afetividade como respeito à autonomia e à dignidade emerge de uma exigência radical constituída no relacionamento com o aluno, no encontro com o educando. Diz Freire: “o respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético, e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. Precisamente, por ser ético, podemos desrespeitar a rigorosidade da ética” (FREIRE, 1999:66).

ATRIBUIÇÃO 2013

Datas: Classificação para atribuição 2013
O Coordenador da Coordenadoria de Gestão de Recursos
Humanos, considerando a necessidade de estabelecer datas
e prazos para a divulgação da classificação dos inscritos, no
referido processo, expede
a presente Portaria.
Artigo 1º - A divulgação da classificação dos inscritos estará
disponível, exclusivamente no endereço http://drhunet.edunet.sp.gov.br/Portalnet na seguinte conformidade:
I - Titulares de Cargo:
a) 26-11-2012 - divulgação da classificação na WEB;
b)26 a 28-11-2012 - prazo para interposição de recursos no
endereço eletrônico http://drhunet.edunet.sp.gov.br/Portalnet,
até às 23 horas do dia 28-11-2012;
c) de 26 a 30-11-2012 – deferimento/indeferimento dos
recursos no endereço acima pela DE;
d) 05-12-2012 - divulgação da Classificação Final pósrecursos;
e)15 a 23-12-2012 – deferimento/indeferimento - Artigo 22
pela DE, no endereço acima mencionado;
f) 02-01-2013 – divulgação da Classificação - Artigo 22;
g) 02 a 04-01-2013 – prazo para interposição de recursos
– Artigo 22;
h) 02 a 04-01-2013 – deferimento/indeferimento dos recursos
– Artigo 22, pela DE;
i) 08-01-2013 – divulgação da Classificação Final – Artigo 22.
II – Docentes das Categorias “P”, “N”, “F”, “O”e Candidatos
à contratação:
a) 14-12-2012 - divulgação da classificação na WEB;
b) 14 a 18-12-2012 - prazo para interposição de recursos,
no endereço http://drhunet.edunet.sp.gov.br/Portalnet, até às 23
horas do dia 18-12-2012;
c) de 14 a 19-12-2012 - digitação das decisões sobre os
recursos, no endereço acima, pela DE;
d) 21-12-2012 - divulgação da classificação pós-recursos;
Artigo. 2º - O docente poderá interpor Recurso:
I - Titulares de cargo:
a) Jornada de Opção
b) Pontuação
c) Habilitação e qualificação (outra licenciatura e/ou correlatas)
II – Docentes das Categorias “P”, “N”, “F” “O”e Candidatos
à contratação:
a) Quantidade de Aulas Pretendidas
b) Pontuação
c) Habilitação e qualificação (outra licenciatura e/ou correlatas)
Parágrafo único: No período destinado ao recurso, os candidatos
à contratação, deverão apresentar documentação comprobatória
na Diretoria de Ensino de inscrição, o docente Efetivo,
docentes Estáveis (nos termos da Constituição Federal/88 e nos
Termos da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT) e o abrangido
pelas disposições do § 2º do Art. 2º da LC 1.010/2007, na
unidade escolar de classificação.
Artigo. 3º - O aluno de último ano inscrito no Processo de Atribuição
de Classes/Aulas para o ano letivo de 2013 poderá no período
de 02 a 08-01-2013 entregar, na Diretoria de Ensino de inscrição,
documentos comprobatórios de conclusão do Curso -Diploma e/ou
Certificado de conclusão, exceto o aluno de último ano do Curso
de Educação Física e do Curso de Pedagogia, que somente poderá
comprovar a conclusão do Curso mediante Diploma.
Artigo. 4º - A Diretoria de Ensino deverá registrar a atualização
dos docentes mencionados no artigo 3.º, no sistema PAEF/
JAT, no período de 02 a 11-01-2013.
Artigo. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua
publicação.