RIO — A corrente humana que tenta impedir a demolição do antigo Museu do Índio pelo estado acaba de ganhar mais um elo: a ministra da Cultura, Marta Suplicy. Ela se reuniu com o governador em exercício, Luiz Fernando Pezão, na quarta-feira, para defender a preservação da construção, datada de 1862, assim como a manutenção dos índios que ocupam o prédio. A ministra disse que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) recomendou seu tombamento.
“O Brasil é um país que respeita e valoriza a diversidade. Cada vez mais isto é reconhecido no mundo. Esperamos que prevaleçam o interesse na preservação do patrimônio material e imaterial e a sensibilidade do governo do estado”, afirmou Marta, em nota.
Estado mantém planos
A defesa da ministra, no entanto, não alterou os planos do estado, que lamentou tal posicionamento. O governo negou ainda que tenha recebido recomendação do Iphan para preservar o prédio, que não é tombado pelo instituto, apesar de ter sido propriedade federal até dois meses atrás.
“O objetivo do governo é garantir a urbanização e mobilidade do público em torno do Maracanã. Há uma verdadeira distorção dos fatos históricos e recentes. O governo do Rio tem trabalhado com as aldeias indígenas do estado de forma respeitosa e parceira. Chamar de ‘Aldeia Maracanã’ a invasão, em 2006, de um prédio federal abandonado é na verdade um desrespeito ao conceito de aldeia indígena”, afirma a nota.
A demolição do antigo Museu do Índio faz parte do projeto de urbanização do entorno do Maracanã.
A Procuradoria Geral do Estado já notificou os índios para que desocupem o prédio no prazo de 10 dias contados a partir da última sexta-feira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário